OBJETIVOS: analisar o impacto da pandemia da covid-19 nos atendimentos para rastreamento, diagnóstico e tratamento do câncer de mama em Pernambuco, Nordeste do Brasil.
MÉTODOS: estudo transversal, com base em dados secundários de consultas com mastologista, ultrassonografia, mamografia, biópsias, casos novos, quimioterapia, radioterapia e cirurgia, realizadas em mulheres para o rastreamento, diagnóstico e tratamento do câncer de mama, de janeiro a dezembro dos anos 2019 a 2021.
RESULTADOS: a pandemia da covid-19 reduziu as consultas com a mastologia (46,3%), ultrassonografias (34,8%), mamografia (41,5%), biópsia (49,6%), casos novos 45,7% e cirurgia 34,6% no ano de 2020 em relação ao ano de 2019. Por outro lado, com exceção das consultas com mastologista e cirurgias, todos os serviços onde se observou redução significativa em 2020, aumentaram significativamente em 2021 e voltaram ao patamar de produção do período pré-pandemia. A pandemia não afetou negativamente a oferta de quimioterapia e radioterapia.
CONCLUSÕES: os achados deste estudo apontam impactos negativos na atenção ao câncer de mama, em decorrência da covid-19, durante o primeiro ano da pandemia, sobretudo nas consultas com mastologista e cirurgia, que continuaram com baixa produção em 2021. É razoável supor que a redução constatada nos procedimentos poderá refletir em um aumento de diagnósticos tardios e maior taxa de mortalidades nos próximos anos.
Palavras-chave: Câncer de mama, Rastreamento, Tratamento, Covid-19, Serviço hospitalar de oncologia