OBJETIVOS: investigar a relação entre uso de insulina, estado nutricional pré-gestacional e ganho de peso materno durante a gestação de mulheres com diabetes mellitus gestacional.
MÉTODOS: estudo transversal retrospectivo (2017–2022) com dados de mulheres atendidas em um hospital universitário do sudeste do Brasil. A adequação do ganho de peso foi avaliada segundo curvas específicas para gestantes brasileiras. Foram analisados estado nutricional pré-gestacional, idade, estatura, raça, escolaridade, situação conjugal, localidade, paridade, número de gestações e abortos, glicemia de jejum e distúrbios hipertensivos. O uso de insulina foi considerado desfecho em modelo de regressão logística múltipla, adotando-se como referência as categorias menos associadas ao diabetes mellitus gestacional.
RESULTADOS: entre 353 participantes, 48,7% eram obesas e 47,4% utilizaram insulina. Obesas apresentaram maiores chances de uso de insulina (OR= 2,26; IC95%= 1,16–4,41; p=0,003). Quanto ao ganho de peso, eutróficas com ganho acima do adequado tiveram maior chance de utilizar insulina (OR= 3,22; IC95%= 1,15–9,05; p=0,024). Entre as que tiveram ganho adequado ou abaixo do adequado, obesas mostraram maiores chances de necessitar insulina (OR= 4,33; IC95%= 1,76–10,6; p=0,001).
CONCLUSÃO: os achados reforçam a necessidade de diretrizes específicas de ganho de peso para mulheres com diabetes mellitus gestacional, considerando diferenças de estado nutricional e padrão de ganho durante a gestação.
Palavras-chave: Ganho de peso materno, Diabetes melittus gestacional, Insulinoterapia