OBJETIVOS: estimar as taxas de near miss neonatal e investigar os fatores sociodemográficos, obstétricos, do parto e dos neonatos residentes em uma capital do Centro-Oeste.
MÉTODOS: estudo observacional de coorte de nascidos vivos de Cuiabá no período de 2015 a 2018, com dados dos Sistemas de Informações sobre Mortalidade e sobre Nascidos Vivos. Foi calculada a taxa de near miss neonatal conforme as variáveis sociodemográficas, obstétricas, do parto e dos neonatos. Modelo de regressão logística foi ajustado para analisar os fatores associados ao near miss neonatal.
RESULTADOS: a taxa de near miss neonatal foi 22,8 por mil nascidos vivos e as variáveis que apresentaram associação com o desfecho foram: idade materna de 35 anos ou mais (OR=1,53; IC95%=1,17-2,00), realizar menos de seis consultas de pré-natal (OR=2,43; IC95%=2,08-2,86), apresentação fetal não cefálica (OR=3,09; IC95%=2,44-3,92), gravidez múltipla (OR=3,30; IC95%=2,57-4,23), nenhum filho nascido vivo (OR=1,62; IC=1,34-1,96) ouum filho nascido vivo (OR=1,22; IC95%=1,00-1,48), parto em hospital público/universitário (OR=2,16; IC95%=1,73-2,71) e filantrópico (OR=1,51; IC95%=1,19-1,91)e trabalho de parto não induzido (OR=1,50; IC95%=1,25-1,80).
CONCLUSÃO: a taxa de near miss neonatal foi de 3,04 casos para cada óbito, sendo que o near miss neonatal foi influenciado pelas características maternas, histórico obstétrico, tipo do hospital do nascimento e organização da assistência ao parto.
Palavras-chave: Estatísticas vitais, Near miss, Sistema de informação, Morbidade, Recém-nascido