OBJETIVOS: analisar as causas de mortalidade materna e materna tardia, com ênfase nas pandemias de H1N1 e COVID-19.
MÉTODOS: estudo ecológico com dados dos sistemas nacionais de informações sobre mortalidade e nascidos vivos. As causas foram descritas segundo a Classificação de Causas Maternas da OMS (ICD-MM). As razões de mortalidade materna, tardia e ampliada foram calculadas por 100.000 nascidos vivos, com intervalos de confiança de 95% (IC).
RESULTADOS: durante as pandemias, a mortalidade ampliada foi mais elevada: 104,6 (IC95%= 95,3-114,5) em 2009-2010 (H1N1) e 143,9 (IC95%=132,2-156,2) em 2020-2021 (COVID-19). Entre 2020 e 2021, o indicador aumentou 33,5%. As causas diretas predominaram, exceto em 2020-2021. As principais causas diretas foram doenças hipertensivas (17,5; IC95%= 13,7–22,1), outras complicações obstétricas, aborto e hemorragia. Durante as pandemias, a mortalidade por doenças hipertensivas aumentou e, entre as causas indiretas, destacaram-se doenças respiratórias em 2009-2010 (14,5; IC95%= 11,3–18,5) e outras doenças virais, principalmente infecção por coronavírus (55,6; IC95%= 48,5–63,4), em 2020–2021.
CONCLUSÃO: o indicador ampliado quantifica de forma mais precisa o risco de morte. A atribuição de causas mais específicas às mortes maternas tardias e a aplicação da CID-MM podem orientar estratégias de prevenção.
Palavras-chave: Mortalidade materna, Causa de morte, Vírus da influenza A subtipo H1N1, COVID-19, Hipertensão