OBJETIVOS: analisar a dinâmica espaço-temporal da prevalência de anomalias congênitas em municípios de Mato Grosso (MT), Centro-Oeste brasileiro, no período de 2008 a 2019.
MÉTODOS: estudo ecológico de casos residentes em MT, no período de 2008 a 2019. Utilizou-se a Variação Percentual Anual (VPA) dos coeficientes na análise de tendência, por meio de regressão de Prais-Winsten e identificação de clusters de alto risco.
RESULTADOS: a taxa de malformação congênita no estado foi de 6,52 por 1.000 nascidos vivos, apresentando tendência estacionária (VPA= -1,02; IC95%= -2,93-0,93). A maioria das anomalias congênitas apresentou tendência estacionária, exceto do aparelho cardiovascular (VPA=13,58; IC95%= 3,60-24,52). Neonatos com ≤7 pontos do índice de Apgar no primeiro e no quinto minutos de vida, apresentaram tendência crescente (VPA=2,30; IC95%= 0,05-4,60 e VPA=4,15; IC95%= 1,52-6,65, respectivamente). A distribuição espacial teve caráter heterogêneo com as maiores taxas médias de casos entre as macrorregiões de saúde Oeste, Centro-Norte e Sul, e a varredura espaço-temporal identificou três clusters de alto risco entre 2015 e 2019, com RR de até cinco vezes maior para anomalias.
CONCLUSÃO: as anomalias congênitas em MT apresentaram uma dinâmica heterogênea com áreas de alto risco específicas. A tendência crescente entre fatores maternos e neonatais destaca a necessidade de estratégias regionais de prevenção e controle.
Palavras-chave: Anormalidades congênitas, Análise espaço-temporal, Conglomerados espaço-temporais