OBJETIVOS: investigar a violência digital no namoro entre adolescentes.
MÉTODOS: pesquisa qualitativa, utilizando o método da Inserção Ecológica, realizada numa Organização não Governamental, com amostra final de oito adolescentes dos gêneros masculino e feminino (16 e 19 anos). Os dados foram analisados segundo a técnica de Análise de Conteúdo, com triangulação de instrumentos e técnica: questionário biosociodemográfico; diário de campo; entrevista individual semiestruturada; questionário "Conhecendo as Relações de Namoro".
RESULTADOS: a violência digital foi frequente e naturalizada no namoro; apesar da violência mútua, a bidirecionalidade na violência no namoro não significou simetria de gênero; a pandemia esteve ligada ao aumento diário do uso da Internet via celular, mas não potencializou a violência no namoro. A impulsividade marcou as tentativas de resolução de conflitos no namoro, associada não só à adolescência, mas também à crescente digitalização e aceleração das relações no âmbito da nossa sociedade. Os adolescentes foram vítimas diretas e/ou indiretas de violência nos principais microssistemas de desenvolvimento (familiar, escolar e bairro), expostos simultaneamente a diferentes tipos de violência, desde a infância.
CONCLUSÕES: o microssistema digital pode ser visto como mais um contexto de perpetração e vitimização de violência. Recomenda-se que ações preventivas considerem as várias expressões da violência (física, psicológica, sexual e digital) e seus desdobramentos à saúde física e mental.
Palavras-chave: Violência, Namoro, Adolescência, Desenvolvimento do adolescente, Saúde do adolescente