OBJETIVOS: estimar o custo indireto da morte materna na perspectiva da sociedade.
MÉTODOS: realizou-se estudo do tipo custo da doença utilizando a abordagem do capital humano, que imputa como custo de produtividade o ganho perdido por cada mulher devido à morte precoce e os anos potenciais de vida perdidos (APVP) baseados na esperança de vida ao nascer. Incluíram-se todos os óbitos maternos das residentes da I Macrorregião de Pernambuco, ocorridos em 2012 e 2017, extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade pós-investigação e discussão no Comitê de Mortalidade Materna. Calcularam-se os APVP, os custos pelo rendimento nominal médio per capita para região na moeda brasileira, real (R$), depois convertido para dólares, americano (US$) e internacional. Ajustou-se o custo da perda de produtividade pela taxa de desconto (3%) para obtenção do valor líquido presente.
RESULTADOS: ocorreram 119 mortes maternas, 59 em 2012, com 2.532 APVP, com custo indireto de US$ 24.681.888,92. Em 2017, houve 60 óbitos maternos, 2.395 APVP com custo indireto de US$ 18.326.149,33. Aplicando-se a taxa de desconto, o valor passou a US$ 31.605.158,76 (2012) e US$ 23.991.984,31 (2017).
CONCLUSÃO: a mortalidade materna produz elevadas perdas econômicas para a sociedade e aumenta os APVP, achados relevantes à gestão de políticas direcionadas à saúde das mulheres no ciclo gravídico puerperal.
Palavras-chave: Custo e análise de custo, Mortalidade materna, Valor da vida, Anos potenciais de vida perdidos, Avaliação em saúde