OBJETIVOS: caracterizar o perfil de gestantes e neonatos acompanhadas em um centro de referência em doenças infecto-parasitárias, após exposição ao Toxoplasma gondii, estabelecendo comparações em relação a estudo prévio, no mesmo local, há dez anos.
MÉTODOS: trata-se de estudo de coorte retrospectivo, com seguimento de quatro anos (2016 a 2019), servindo o estudo prévio realizado de 2002 a 2010 como comparativo para as variáveis estudadas. Foram incluídas mães que apresentaram durante o pré-natal exames sugestivos soroconversão para a doença e seus respectivos conceptos, acompanhados ao longo de um ano. Utilizou-se o teste qui-quadrado, assumindo-se nível de significância de 5% para a comparação dos grupos nos dois períodos.
RESULTADOS: durante o período de 2016 a 2019, foram estudados 79 binômios, enquanto no período anterior foram acompanhados 58 binômios. Comparando-se os dois períodos, em relação às mães, registraram-se menores proporções de adolescentes (p<0,001), de baixa escolaridade (p<0,001), baixa realização de testes sorológicos (p<0,001) e com diagnóstico tardio ou pós-natal (p<0,001). Em relação às crianças, verificaram-se menores proporções de alterações de fundoscopia (p<0,001), estrabismo (p=0,002), hepatomegalia (p=0,026) e qualquer sequela (p<0,001).
CONCLUSÃO: observou-se um avanço em relação aos cuidados para o binômio mãe-filho acometido pelo T. gondii, com redução de desfechos negativos sobre a criança. Todavia, ainda existem desafios para o diagnóstico e adequado manejo da doença.
Palavras-chave: Transmissão vertical de doenças infecciosas, Toxoplasmose, Toxoplasmose congênita, Assistência pré-natal