RESUMO
OBJETIVOS: analisar o consumo alimentar de crianças de seis a 24 meses em Pernambuco antes, durante e após a pandemia de Covid-19.
MÉTODOS: estudo analítico com dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional de 2019 a 2023. Foram avaliados marcadores de hábitos alimentares recomendados e não recomendados. As diferenças entre os anos foram testadas por análise de variância (ANOVA), considerando p≤0,05.
RESULTADOS: o número de registros variou de 9.086 crianças em 2020 para 42.709 em 2023, aumento de 78,7%. Entre os marcadores recomendados, o aleitamento materno continuado elevou-se de 30% em 2021 para 56% em 2023 (p<0,05), e o consumo de alimentos ricos em vitamina A de 38% para 66% (p<0,05). O consumo de ferro permaneceu baixo, mas subiu de 11% em 2021 para 24% em 2023 (p<0,05). Entre os não recomendados, o consumo de ultraprocessados caiu de 49% em 2019 para 35% em 2023 (p<0,05), e o de bebidas adoçadas de 30% em 2019 para 20% em 2023 (p<0,05).
CONCLUSÃO: houve recuperação dos indicadores de alimentação saudável após a queda em 2021, embora persistam deficiências no consumo de ferro e vitamina A e alta prevalência de ultraprocessados. Esses achados reforçam a necessidade de políticas públicas que promovam práticas alimentares adequadas e reduzam desigualdades nutricionais.
Palavras-chave:
Nutrição da criança, Ingestão de alimentos, Covid-19
ABSTRACT
OBJECTIVES: analyze the food consumption of children aged 6 to 24 months in Pernambuco before, during, and after the COVID-19 pandemic.
METHODS: analytical study using data from the Food and Nutrition Surveillance System (SISVAN) from 2019 to 2023. Indicators of recommended and non-recommended eating habits were assessed. Differences between years were tested using analysis of variance (ANOVA), with p≤0.05 considered significant.
RESULTS: the number of records ranged from 9,086 children in 2020 to 42,709 in 2023, an increase of 78.7%. Among the recommended indicators, continued breastfeeding rose from 30% in 2021 to 56% in 2023 (p<0.05), and the consumption of foods rich in vitamin A increased from 38% to 66% (p<0.05). Iron intake remained low but rose from 11% in 2021 to 24% in 2023 (p<0.05). Among the non-recommended items, the consumption of ultra-processed foods declined from 49% in 2019 to 35% in 2023 (p<0.05), and the intake of sweetened beverages dropped from 30% in 2019 to 20% in 2023 (p<0.05).
CONCLUSION: there was a recovery of healthy eating indicators after the decline observed in 2021, although deficiencies in iron and vitamin A intake and a high prevalence of ultra-processed foods persist. These findings highlight the need for public policies that promote appropriate eating practices and reduce nutritional inequalities.
Keywords:
Child nutrition, Food intake, Covid-19
IntroduçãoOs primeiros anos de vida caracterizam-se por intenso crescimento e desenvolvimento, nos quais a nutrição exerce papel fundamental. Práticas alimentares inadequadas ou carências nutricionais podem comprometer a saúde infantil com repercussões na vida adulta.
1,2No Brasil, observa-se aumento do consumo de ultraprocessados e redução da ingestão de alimentos in natura, resultando em deficiência de micronutrientes.
3,4 A introdução precoce desses produtos associa-se a maior risco de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como obesidade, hipertensão e diabetes.
3,4 Em 2016, mais de 41 milhões de crianças menores de cinco anos estavam com sobrepeso ou obesidade no mundo, e estima-se que esse número alcance 70 milhões até 2025.
5,6A elevada densidade energética e a baixa qualidade nutricional dos ultraprocessados também aumentam o risco de desnutrição em grupos vulneráveis, agravando desigualdades em saúde.
7 A exposição precoce a bebidas adoçadas e guloseimas favorece preferência por doces ao longo da vida, intensificando o risco de DCNT.
7 O marketing da indústria, o baixo custo e a alta palatabilidade desses produtos contribuem para sua ampla disseminação.
1,4Fatores socioeconômicos influenciam o consumo alimentar infantil: menor renda e escolaridade associam-se a maior consumo de industrializados, enquanto ambiente escolar e educação nutricional modulam padrões de dieta.
4Durante a pandemia de SARS-CoV-2, medidas de distanciamento social impactaram o acesso a alimentos frescos, estimulando o consumo de processados e enlatados, o que contribuiu para sobrepeso e obesidade em crianças.
2,8,9Diante desse cenário, o presente estudo analisou o consumo alimentar e o perfil nutricional de crianças de seis a 24 meses em Pernambuco, registradas no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) entre 2019 e 2023, incluindo o período da pandemia, visando subsidiar estratégias de prevenção e controle de problemas nutricionais.
MétodosA presente pesquisa é um estudo analítico baseado em dados secundários utilizando informações provenientes de bases de dados de domínio público, como o Sisvan-Web, o Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família e o e-Sistema Único de Saúde Atenção Básica (e-SUS AB). O estudo analisou dados de crianças entre seis e 24 meses de idade, residentes no estado de Pernambuco, considerando informações de ambos os sexos nos seguintes períodos: janeiro a dezembro de 2019 (pré-pandemia), janeiro de 2020 a dezembro de 2022 (durante a pandemia do SARS-CoV-2) e de janeiro a dezembro de 2023 (período imediatamente pós-pandemia do SARS-CoV-2).
A coleta de dados sobre consumo alimentar seguiu a seguinte estratégia de busca: ano de referência (2019, 2020, 2021, 2022 ou 2023), mês de referência (todos), estado (PE) e região de saúde (todos). Foram selecionadas as seguintes categorias: faixa etária (criança), fases da vida (seis a 24 meses) e tipo de relatório (aleitamento materno continuado, diversidade alimentar mínima, frequência mínima e consistência adequada, consumo de alimentos ricos em ferro, consumo de alimentos ricos em Vitamina A, consumo de alimentos ultraprocessados, consumo de hambúrguer e/ou embutidos, consumo de bebidas adoçadas, consumo de macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados, consumo de biscoitos recheados, doces e guloseimas) para ambos os gêneros.
Os dados de consumo alimentar registrados no sistema provêm dos "marcadores de consumo alimentar" em formulários do Sisvan. Foram avaliados os seguintes marcadores de consumo e hábitos alimentares saudáveis: (1) aleitamento materno continuado (AMC), (2) diversidade alimentar mínima, (3) frequência mínima e consistência adequada, (4) consumo de alimentos ricos em ferro e (5) consumo de Alimentos Ricos em Vitamina A. Além disso, foram avaliados os marcadores de consumo não recomendados: (1) consumo de alimentos ultraprocessados, (2) consumo de hambúrguer e/ou embutidos, (3) consumo de bebidas adoçadas, (4) consumo de macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e (5) consumo de biscoitos recheados, doces e guloseimas.
Por fim, todas as informações extraídas do Sisvan foram tabuladas para a criação de um banco de dados no
Microsoft Office Excel 2013. Os dados foram avaliados por meio de cálculos de percentual, desvio padrão, média e análise de variância (ANOVA) por meio do
GraphPad Prism 10, esta última utilizando nível de significância estatística
p<0,05.
ResultadosEntre 2019 e 2023, o Sisvan registrou 42.709 crianças de seis a 24 meses em Pernambuco, com tendência de crescimento dos registros e menor número em 2020 (9.086). No que se refere ao consumo alimentar, dentre os marcadores de consumo e hábitos alimentares saudáveis (Tabela 1), observa-se que o aleitamento materno continuado se manteve estável em 2019–2020 (48%), com um declínio em 2021 (30%) e apresentou aumento significativo em 2023 (56%,
p<0,05). Já o parâmetro de diversidade alimentar mínima variou de 72% em 2019 para 73% em 2020, caiu para 68% em 2021 e estabilizou em 2022–2023 (70% e 69%, respectivamente).
A frequência mínima e consistência adequada foi elevada em 2019–2020 (87%), reduziu-se em 2021 (54%) e voltou a níveis semelhantes em 2022–2023 (85% e 86%). O consumo de alimentos ricos em ferro permaneceu baixo em todo o período, com queda significativa em 2021 (11%) e melhora relativa em 2023 (24%,
p<0,05). Enquanto que o consumo de alimentos ricos em vitamina A caiu de 52% em 2019 para 38% em 2021, recuperando-se em 2023 (66%,
p<0,05).
Em relação aos hábitos alimentares não recomendados (Tabela 2), o consumo de alimentos ultraprocessados foi elevado em 2019–2020 (49% e 48%), caiu em 2021 (27%), aumentou em 2022 (41%) e reduziu novamente em 2023 (35%,
p<0,05). Tal oscilação foi semelhante ao consumo de hambúrguer e/ou embutidos que foi de 13% em 2019–2020, caiu para 8% em 2021 e variou entre 12% (2022) e 10% (2023,
p<0,05).
As bebidas adoçadas permaneceram estáveis em 2019–2020 (30%), reduziram para 16% em 2021, subiram a 25% em 2022 e caíram para 20% em 2023 (diferença significativa em relação a 2019–2021,
p<0,05). Enquanto que o consumo de macarrão instantâneo, salgadinhos ou biscoitos salgados foi de 24% em 2019–2020, caiu para 14% em 2021, recuperou-se em 2022 (21%) e reduziu em 2023 (17%,
p<0,05).
Por fim, o consumo de biscoitos recheados, doces e guloseimas reduziu de 29% em 2019 para 16% em 2021, voltou a 26% em 2022 e caiu novamente para 21% em 2023 (
p<0,05). Portanto, os indicadores de alimentação saudável e não recomendada sofreram forte queda em 2021, ano crítico da pandemia, com recuperação parcial em 2022 e melhorias mais consistentes em 2023, embora alguns parâmetros permaneçam abaixo dos valores de 2019.
DiscussãoOs resultados da avaliação do consumo alimentar foram baseados nos marcadores de hábitos alimentares saudáveis e nos indicadores de alimentos não recomendados. Destaca-se uma redução do "consumo de alimentos ricos em ferro" e "consumo de alimentos ricos em vitamina A". Tal dado é preocupante, pois as crianças em idade pré-escolar são consideradas o grupo mais vulnerável à anemia por deficiência de ferro, configurando um problema de saúde pública.
10A anemia infantil provoca sérias consequências para a saúde e o desenvolvimento, como atraso no crescimento, maior susceptibilidade a infecções, aumento da morbimortalidade e comprometimento do desenvolvimento motor e cognitivo, que podem persistir mesmo após o tratamento.
10,11O presente estudo identificou um consumo elevado de alimentos ultraprocessados, bebidas adoçadas e biscoitos recheados, doces ou guloseimas na população analisada. Pesquisas apontam para um aumento da introdução precoce desses produtos, em detrimento de alimentos naturais e saudáveis, em crianças menores de 24 meses, cujos fatores mais fortemente associados a esse consumo foram a idade superior a seis meses, ausência de aleitamento materno, domicílios com até três moradores e a presença de um cuidador principal que não fosse a mãe.
12 Existem, entretanto, divergências quando à influência da baixa escolaridade dos pais na oferta precoce desses produtos.
13,14Além disso, durante a pandemia do Covid-19, notou-se também um aumento significativo no consumo de
fast food e no tempo de exposição de crianças e adolescentes a telas de computadores, celulares e televisores.
15 Tal combinação, influenciada por socioeconômicos e demográficos, repercute de forma negativa no estado nutricional, hábitos alimentares e comportamentos, reforçando a necessidade de ações de promoção da alimentação saudável, principalmente em áreas de maior vulnerabilidade.
15,16A prevalência da AMC também merece ser enfatizado, visto que permaneceu na faixa dos 48% ao longo desses anos, com exceção de 2020 que foi de 30%. Em um outro estudo realizado com o Sisvan de 2015 a 2019, os estados com a maior prevalência da AMC foram Amapá (72%), Amazonas (67%) e Roraima (67%), enquanto que Mato Grosso do Sul (43%), Pernambuco e Mato Grosso (44%) obtiveram os menores valores.
17 É notável que, apesar do aumento (48% em 2019 para 56% em 2023), Pernambuco ainda não atingiu o patamar daqueles com a maior prevalência da AMC.
Embora a presença física da mãe no domicílio durante a pandemia possa, em um primeiro momento, sugerir maior oportunidade para a manutenção do AMC, os resultados obtidos apontam que essa variável isolada não foi suficiente para garantir a prática. Evidências recentes indicam que fatores emocionais, como ansiedade, depressão e estresse materno, intensificados pelo contexto da Covid-19, impactam negativamente tanto a motivação quanto a produção láctea, reduzindo a duração do aleitamento, mesmo em mães que permaneceram em casa.
18,19Alguns sintomas clínicos como dor, fissuras nos mamilos e mastite prejudicam o processo de AMC, sendo necessário o suporte do parceiro, membros da família ou profissionais de saúde.
20,21 No entanto, o isolamento social e a suspensão de atendimentos presenciais nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) limitaram o acesso a apoio técnico especializado que desempenha papel importante no auxílio dessas dificuldades.
20-24A rede de apoio ofertada pelas UBS também ficou fragilizada, visto que as equipes de saúde tiveram que priorizar os casos de Covid-19.
23 Esse contexto enfraqueceu a oferta de programas e campanhas de atenção materno infantil, fator importante para a educação nutricional e consciência direcionada na importância do aleitamento materno.
22Outro aspecto relevante é que, durante o
lockdown, o ambiente doméstico muitas vezes pode ser desfavorável ao AMC, visto que muitas mães passaram a acumular múltiplas funções, incluindo cuidado integral dos filhos, tarefas domésticas e, em alguns casos, trabalho remoto. Essa sobrecarga física e mental pode ter contribuído para a interrupção precoce do aleitamento. Portanto, a queda observada no AMC durante o período pandêmico reflete a natureza multifatorial dessa prática, que depende não apenas da presença materna, mas também de condições emocionais, suporte social e acesso a serviços de saúde adequados.
24De modo geral, houve um declínio em todos marcadores de consumo alimentar de 2019 a 2021, seguido por um aumento em 2022. Esse padrão pode estar relacionado a dois aspectos: diminuição nos registros durante a pandemia e a ampliação da insegurança alimentar também devido à pandemia. No geral, questões psicológicas (ansiedade, medo e estresse) e mudanças nos hábitos alimentares, na disponibilidade de alimentos, na logística alimentar e nas cadeias de abastecimento globais, exercem uma influência significativa nas alterações no padrão de consumo alimentar identificado durante a pandemia do Covid-19.
25Os resultados do presente estudo indicaram uma diminuição nos parâmetros de consumo alimentar, principalmente no ano de 2021, dos hábitos recomendáveis e dos não recomendados. Esse achado pode estar relacionado à insegurança alimentar dos domicílios brasileiros que teve uma maior magnitude com o advento da pandemia da Covid-19. A população em contextos de vulnerabilidade social, ficou ainda mais exposta aos efeitos negativos da pandemia por conta da desigualdade social presente que foi agravada pelo desmonte das políticas de proteção social no Brasil, incluindo a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
26Os dados obtidos no II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar também auxiliam na compreensão dos valores baixos dos marcadores de hábitos alimentares recomendáveis e não recomendáveis em 2021. A pesquisa identificou que a região Nordeste foi a segunda maior do país com os índices de insegurança alimentar mais elevados, os quais foram 29,6% para insegurança alimentar leve, 17,4% moderada e 21% grave.
27 Esses achados, em conjunto com os dados da pesquisa atual, apontam para uma piora global da situação alimentar da população durante a pandemia.
No geral, os estudos realmente sugerem que a Covid-19 aumentou significativamente a insegurança alimentar em nível mundial, cujos impactos estão relacionados com a diminuição da renda das famílias, inflação alimentar, restrições comerciais e problemas de saúde. Assim, é pertinente destacar que a insegurança alimentar aumenta o risco de desenvolvimento de doenças agudas e crônicas, assim como a morbimortalidade.
28,29O estudo contém limitações, como as fragilidades do Sisvan (problemas técnicos e falta de treinamento para o uso do sistema) e a cobertura restrita da população. Apesar disso, essa pesquisa é relevante por se tratar de um dos primeiros levantamentos estaduais a avaliar, em série temporal recente, o impacto da pandemia sobre o consumo alimentar e o AMC em crianças atendidas na atenção básica no estado de Pernambuco. Mesmo com restrições, o uso de dados populacionais permitiu identificar oscilações relevantes e gerar evidências para o planejamento de políticas públicas e estratégias de promoção da alimentação saudável e do aleitamento materno no pós-pandemia.
Os resultados evidenciam a complexidade dos padrões alimentares e seus efeitos na saúde infantil, sobretudo a persistência de baixos índices de consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A. A elevada prevalência de anemia por deficiência de ferro e o alto consumo de ultraprocessados reforçam a necessidade de políticas eficazes que estimulem hábitos alimentares saudáveis desde a infância, promovendo desenvolvimento adequado e reduzindo desigualdades nutricionais no Brasil.
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Contribuição dos autoresCavalcanti CAT: conceitualização, investigação, desenvolvimento metodológico e edição do rascunho original. Santos YM Assunção BCC, Fonseca da Silva FAM: investigação. Crispim JG: análise formal, edição do manuscrito original. Andrade LASS: validação, revisão e edição do manuscrito. Lira PIC: análise formal, revisão e edição do manuscrito. Pinto-Tavares FCL: supervisão.
Todos os autores aprovaram a versão final do artigo e declaram não haver conflito de interesse.
Disponibilidade de DadosTodo o conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo foi publicado no próprio artigo.
Recebido em 10 de Novembro de 2024
Versão final apresentada em 21 de Setembro de 2025
Aprovado em 24 de Setembro de 2025
Editor Associado: Gabriela Sette