OBJETIVOS: analisar as escolhas maternas em relação aos cuidados com a criança desde a gestação até o primeiro ano de vida.
MÉTODOS: estudo longitudinal, prospectivo e quantitativo, desenvolvido em três etapas (gestação, primeiro e décimo segundo mês de vida da criança), com 140 mulheres entrevistadas em visita domiciliar, em um município brasileiro de médio porte. Utilizou-se regressão logística para estimar a variável de interesse: tipo de creche escolhida aos 12 meses, categorizada como "creche" ou "não creche". As variáveis explicativas foram: intenção da mãe em matricular a criança na creche, idade materna, escolaridade materna, paridade, trabalho durante a gestação e propriedade de imóvel.
RESULTADOS: durante a gestação, a maioria das participantes desejava a opção da criança frequentar creches; no entanto, apenas uma minoria matriculou seus filhos aos 12 meses. Mesmo assim, as estimativas mostram que mães que afirmaram consistentemente que matriculariam seus filhos em creches têm maior probabilidade de fazê-lo do que aquelas que afirmaram consistentemente que não o fariam [OR=3,699; IC95%=1,18-11,6; p=0,019]. O principal resultado é que a maior escolaridade materna esteve fortemente associada à matrícula efetiva em todos os modelos estimados [OR=19,16; IC95%=1,43-256,88; p=0,026]. Não foram encontrados efeitos significativos para idade materna, emprego ou propriedade imobiliária.
CONCLUSÃO: mesmo controlando as preferências anteriores sobre o desejo de colocar os filhos na creche, foi encontrada associação positiva entre maior escolaridade materna e escolha por colocar a criança na creche. Se as creches têm um impacto positivo sobre o desenvolvimento infantil, trata-se de uma questão a ser considerada em termos de políticas públicas.
Palavras-chave: Criança, Desenvolvimento infantil, Puericultura, Educação infantil