RESUMO
OBJETIVOS: descrever a frequência de estresse materno e indicadores de risco psíquico em recém-nascidos que foram expostos à unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN).
MÉTODOS: estudo observacional, analítico, coorte, amostra de 26 participantes (13 expostos e 13 não expostos a UTIN). O estresse materno foi avaliado pelo Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp e o risco psíquico pelo IRDI (Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil), 15 dias após a alta hospitalar e aos quatro meses de idade corrigida.
RESULTADOS: o estudo encontrou frequência de estresse de 23,1% nas mães de RN que foram expostos a UTIN e 38,5% de risco psíquico nestes bebês. Encontrou as seguintes associações: estresse materno e exposição do RN à UTIN (p=0,037); estresse materno e tempo de exposição do RN à UTIN (p=0,031); risco psíquico e prematuridade (p=0,014). Não encontrou associação entre risco psíquico e estresse materno; e não encontrou diferença na frequência de risco psíquico entre os grupos de RN.
CONCLUSÕES: a internação do RN em UTIN está associada a estresse materno, mas não a risco psíquico. A prematuridade pode causar risco psíquico. O estresse materno não apresentou associação com risco psíquico.
Palavras-chave:
Estresse materno, Risco psíquico, Saúde mental materno infantil, Desenvolvimento psicológico, Recém-nascido pré-termo
ABSTRACT
OBJECTIVES: describe the frequency of maternal stress and psychic risk indicators in newborns who were exposed to the neonatal intensive care unit (NICU) after hospital discharge.
METHODS: observational, analytical, cohort study, sample of 26 participants (13 exposed and 13 not exposed to the NICU). Maternal stress was assessed by Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL) (Lipp’s Stress Symptoms Inventory for Adults) and psychological risk by Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDI) (Clinical Risk Indicators for Child Development), 15 days after hospital discharge and at 4 months of corrected age.
RESULTS: the study found a frequency of stress of 23.1% in mothers of newborns who were exposed to NICUs and 38.5% of psychological risk in these newborns. The following associations were found: maternal stress and newborn exposure to the NICU (p=0.037); maternal stress and newborn exposure time to NICU (p=0.031); psychological risk and prematurity (p=0.014). There were no association between psychic risk and maternal stress; and there was no difference in the frequency of psychological risk between the groups of newborns.
CONCLUSIONS: newborn hospitalization in the NICU is associated with maternal stress, but not with psychological risk. Prematurity can cause psychological risk. Maternal stress was not associated with psychological risk.
Keywords:
Maternal stress, Psychic risk, Maternal and child mental health, Psychological development, Preterm newborn
Introduçãoos cuidados em unidade de terapia intensiva neonatal (utin) são marcados pela alta tecnologia e pela urgência e precisão das ações para manter a vida dos recém-nascidos (rn). os avanços na tecnologia de assistência neonatal têm possibilitado que rn de extremo baixo peso, pré-termos e acometidos por doenças perinatais sobrevivam.
1Segundo dados da Organização Mundial da Saúde,
1 anualmente são cerca de 30 milhões de RN prematuros e/ou com doenças que os forçam a necessitar de cuidados hospitalares além dos que envolvem o parto. Desses RN, entre oito e dez milhões necessitam de cuidados em UTIN para que possam sobreviver e se desenvolver. No campo da saúde mental, alguns estudos demonstram um aumento de incidência de problemas psicológicos em prematuros, como déficits de atenção, problemas de socialização, dificuldade no controle emocional, transtornos invasivos do desenvolvimento e
déficit de processamento auditivo e visual.
2,3Alguns autores relacionam, ainda, a separação do RN e de sua mãe, durante a internação em UTIN, a problemas no processo de estabelecimento do laço subjetivante entre eles. É através desse laço que as vivências dos RN são elaboradas e ganham significado. A ausência dessa relação colocaria o RN numa situação de diversos sofrimentos físicos sem interpretação que poderiam vir a se constituir como um trauma, dificultando assim a sua relação com seu próprio corpo e, como consequência, consigo mesmo e com o ambiente que o circunda.
4-6Estudos sugerem que não só os RN sofram com a passagem pela UTIN, mas também seus pais, o que fica evidente pelo elevado nível de estresse dos mesmos.
7-11 Os pais de RN, fragilizados pela internação, apresentam além do estresse, níveis aumentados de sintomas depressivos, ansiedade, angústia, dificuldade das mães em exercer a função materna e interações interrompidas com o RN.
12-14 Por isso, o tratamento dos pais também mostra-se fundamental.
15 O cuidado aos pais é importante para preservar sua saúde mental, mas também a do RN, afinal estudos sugerem que o estado emocional dos pais interfira no desenvolvimento psíquico da criança. Pesquisadores franceses concluíram que mães depressivas apresentam uma relação qualitativamente inferior com os RN/lactentes, se comparadas a mães sem depressão.
7Estudos demonstram que com intervenções de orientação psicanalítica, individuais ou em grupo, é possível o reposicionamento dos pais em relação a suas funções subjetivas junto aos RN.
16 A intervenção deve iniciar durante a internação na UTIN
15 e ter continuidade após a alta hospitalar.
1 O trabalho envolve tanto os pais quanto o RN desde o início porque entende-se que o desenvolvimento psicológico se dá partir da relação corporal e psíquica do RN com a figura materna (ou outro que execute esta função) e o ambiente que o circunda. A intervenção precoce se dá a partir de atividades que façam transitar o bebê da pura percepção sensorial para o campo da significação.
17,18A intervenção irá fortalecer a relação entre mãe e RN estimulando o desenvolvimento da maternagem, ou seja, da capacidade de transformar o discurso materno em ato diante do RN, para que o seu desenvolvimento se dê. É necessário oferecer suporte às emoções da mãe, como seus medos e fantasias quanto às motivações do evento que levou o RN à internação na UTIN. Isso reduz os níveis de ansiedade, proporciona simbolização do Real, reorganização do Imaginário e elaboração do trauma o que possibilita a instalação do discurso materno.
15Ao mesmo tempo será preciso que o psicólogo/analista faça a suposição antecipada da capacidade dos pais de exercerem as funções materna e paterna, mesmo antes de estarem preparados para tal. O que proporciona a organização de elementos conscientes e inconscientes para a instauração do desejo sobre o exercício de tais funções.
16 Todo esse processo pode ser fortalecido por experiências como as descritas por Cheng
19 onde a mãe permanece com o RN por até seis horas ao longo do dia durante a internação na UTIN, tendo como consequência maior vinculação entre mãe e RN e redução do nível de estresse das mesmas.
Além de entender e intervir sobre o estado emocional dos pais, é preciso avaliar o estado mental do RN para nortear a intervenção também sobre ele. No entanto, verifica-se que os instrumentos descritos na literatura com esta finalidade são raros, extensos e de realização complexa.
8No Brasil, entre 2000 e 2008, um grupo de pesquisadores caracterizou “indicadores psíquicos” para avaliar o desenvolvimento psicológico do lactente de 0 a18 meses e orientar o trabalho dos profissionais em saúde mental. A Pesquisa IRDI (Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil) definiu e validou estes indicadores de risco psíquico a partir das teorias de Freud, Winnicott e Lacan. São 31 indicadores de risco observáveis nos primeiros 18 meses de vida da criança – os IRDIs. Busca-se através da observação e entrevista dos pais sinais de que o desenvolvimento do RN/lactentes está acontecendo de forma saudável. A ausência desses sinais, indicam a necessidade de intervenção. Os indicadores estão organizados sobre quatro eixos: a suposição do sujeito, onde há a aposta de um sujeito psíquico antes mesmo de sua constituição; o estabelecimento da demanda, que são interpretações de que os atos não intencionais do RN sejam pedidos dirigidos à figura materna; alternância presença/ausência, espaço de criação e desenvolvimento que ocorre entre os pequenos intervalos de ausência do cuidador; função paterna que é a inserção de um terceiro elemento na relação mãe/filho.
4O presente estudo teve como objetivo descrever a frequência de estresse materno e de indicadores de risco psíquico em RN que foram expostos a UTIN, em um município do estado de Santa Catarina.
Métodoseste foi um estudo observacional, analítico, coorte, ambispectivo. com coleta dados de dezembro de 2017 a dezembro de 2018 no seguimento de rn com risco para o desenvolvimento da secretaria municipal de saúde de mafra, santa catarina, composto por psicóloga, fonoaudióloga e nutricionista do nasf (núcleo de ampliado de saúde da família). o acompanhamento ocorreu até os quatro meses de idade corrigida dos lactentes. a amostra foi retirada de uma população de risco para o desenvolvimento, na saúde pública.
A distribuição da população fonte, segundo a última atualização disponível no DATASUS, à época do desenho do estudo, no ano de 2015 era de: 3.017.668 nascidos vivos no Brasil, destes 0,68% (20.388) apresentaram Escore de Apgar menor que 7 no quinto minuto, 10,83% (326.879) nasceram prematuros e 8,44% (254.688) nasceram com peso inferior a 2500 gramas; 97.223 nascidos vivos em Santa Catarina, destes 0,60% (579) apresentaram Escore de Apgar menor que 7 no quinto minuto, 10,82% (10.515) nasceram prematuros e 7,72% (7.503) nasceram com peso inferior a 2500 gramas; 777 nascidos vivos em Mafra, destes 0,77% (3) apresentaram Escore de Apgar menor que 7 no quinto minuto, 11,33% (88) nasceram prematuros e 7,98% (62) nasceram com peso inferior a 2500 gramas.
20 Estes indicadores de saúde, extraídos da Agenda de Compromissos para a Saúde Integral da Criança e Redução da Mortalidade Infantil,
21 contribuem para riscos no desenvolvimento, sendo asfixia grave (Apgar menor que 7 no quinto minuto de vida), prematuros (idade gestacional inferior a 37 semanas), baixo peso ao nascer (inferior a 2500 gramas) e eventos perinatais que culminem na internação em UTIN.
A participação na pesquisa cumpriu os seguintes critérios de inclusão: ser residente no município de Mafra (SC); ser considerado um RN de risco para o desenvolvimento, sendo um grupo com e outro sem exposição à internação em UTIN. Foram excluídos da amostra: RN que apresentaram condições clínicas graves que alteram o desenvolvimento neuropsicomotor tais como síndromes e sequelas neurológicas e RN que as mães retiraram o TCLE. Considerando tais elementos, a amostra constituiu-se de 26 participantes, sendo 13 expostos à internação em UTIN e 13 não expostos. Não foi utilizada técnica de amostragem, todos os participantes elegíveis foram convidados a participar do estudo.
A variável exposição à internação em UTIN foi posicionada como Variável Independente e as variáveis Estresse Materno e Indicadores de Risco Psíquico foram posicionadas como Variáveis Dependentes.
Para avaliação do Estresse Materno foi utilizado o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), que diagnostica o estresse e a fase em que o participante se encontra (alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão) aplicável a participantes de 15 a 75 anos.
22Para avaliação dos Indicadores de Risco Psíquico foi utilizado o protocolo “Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil” (IRDI). O instrumento tem como objetivo a detecção precoce de risco psíquico em RN/lactentes de 0 a 18 meses. São 31 indicadores clínicos de risco psíquico ou problemas do desenvolvimento infantil. A presença dos indicadores, separados por faixa etária, caracterizam um bom processo de constituição subjetiva e sua ausência risco para o desenvolvimento psicológico do RN/lactente.
4A coleta dos dados da Ficha de Registro de Dados elaborado pelas autoras aconteceu de forma retrospectiva junto ao prontuário do RN na Unidade de Saúde de referência. A coleta de dados referente ao Risco Psíquico, constituída da aplicação do IRDI e os dados referentes ao estresse materno, através do ISSL ocorreram em até 15 dias após a alta hospitalar do recém-nascido, com nova aplicação em torno de quatro meses considerando a idade corrigida para prematuros.
O primeiro período de coleta foi estipulado a partir do funcionamento do serviço onde deu-se a pesquisa e mostrou-se propício porque o IRDI deve ter duas aplicações em cada etapa do desenvolvimento psicológico, sendo que a primeira etapa vai do nascimento até os quatro meses de idade corrigida. O instrumento é organizado dessa forma para que a avaliação inicial se dê com um intervalo suficiente de tempo para que haja intervenção que favoreça o desenvolvimento saudável antes da segunda aplicação que ocorre em torno do fechamento do período ideal para aquisição do indicador de saúde mental.
Os dados coletados foram digitados em planilha eletrônica (
Microsoft Excel, 2013) e exportados ao
software SPSS 25.0 para análises estatísticas. O intervalo de confiança adotado foi de 95% (nível de significância
p<0,05) para todas as análises inferenciais.
Para a descrição das variáveis quantitativas foram calculadas as medidas de tendência central média e mediana, a medida de variabilidade desvio-padrão, mínimo e máximo. Para a descrição das variáveis qualitativas nominais foram calculadas a frequência absoluta (n) e a frequência relativa (%). A normalidade das variáveis quantitativas foi analisada com o Teste Shapiro Wilk e todas obtiveram distribuição não-normal. Dessa forma, a comparação das variáveis quantitativas em função de variáveis qualitativas nominais foi realizada com o Teste de Mann-Whitney. A associação entre as variáveis qualitativas nominais de duas categorias foi realizada com o Teste Exato de Fisher, e a associação entre as variáveis qualitativas de mais de duas categorias foi realizada com o teste qui-quadrado de Pearson.
O estudo se deu após aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos, do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná, CAAE 78303217.9.0000.0102.
Resultadosparticiparam do estudo 26 rn, as idades cronológica e corrigida dos mesmos na primeira avaliação estão expostas na tabela 1. a amostra total (n=26) contava com mediana de idade de 39 semanas, mínimo de 37 e máximo de 50 semanas. a mediana considerando a idade corrigida foi de 38 semanas, sendo que o participante mais jovem a ser avaliado contava com 31 semanas e o mais maduro 41 semanas. os rn expostos à internação em utin possuíam mediana de idade de 40 semanas de gestação, e idade corrigida de 39 semanas (tabela 1). o tempo de permanência na utin apresentou mediana de sete dias, com mínimo de um dia e máximo de 90 dias.
Quanto às mães, foram 26 participantes, com idade média de 27 anos, 50% tinham ensino médio completo, 61,5% declararam não terem renda própria e 92,3% eram casadas ou viviam em união estável com o genitor do RN. O estudo encontrou na primeira avaliação frequência de estresse materno de 23,1% nas mães de RN expostos à internação em UTIN e 3,8% nas mães dos RN que não foram expostos, demonstrando que houve associação entre estresse materno e exposição do RN à internação em UTIN (
p=0,037 – Tabela 2). Também houve associação entre estresse materno e tempo de exposição do RN à internação em UTIN (
p=0,031 – Tabela 3).
Quanto ao risco psíquico, 38,5% dos RN que foram expostos à internação em UTIN tiveram duas ausências ou mais de indicadores, na primeira avaliação, o que sugere risco psíquico. Na população de RN não expostos à UTIN a frequência foi de 30,8%. Ou seja, não houve diferença significativa na frequência de indicadores de risco psíquico entre os RN expostos e não expostos à internação em UTIN. Ao relacionar estresse materno e risco psíquico, verificou-se que não houve associação entre estas variáveis. Ao relacionar risco psíquico e prematuridade, foi possível verificar que houve associação entre risco psíquico e prematuridade (
p=0,014 – Tabela 4), ao considerar a amostra total estudada.
Na segunda avaliação, após intervenção psicológica sobre as díades, os lactentes encontravam-se com características emocionais adequadas para a idade e a incidência de estresse materno foi de 3,8%.
Discussãoo presente estudo demonstrou que as mães que têm seus filhos expostos à internação em utin apresentam mais estresse do que mães de rn que não foram expostos, demonstrando associação entre estresse materno e internação do rn em utin. também indicou que o tempo de exposição à internação em utin foi um fator de aumento na frequência de estresse materno. ou seja, as mães apresentaram maiores dificuldades emocionais em suportar períodos mais longos de internação dos rn na utin.
A partir da
Parental Stress Scale: Neonatal Intensive Care Unit (Escala de Estresse Parental: Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, livre tradução) para avaliação de níveis de estresse para pais de RN internados em UTIN, Varghese
9 avaliou 343 pais no norte da Índia, onde chegou à conclusão de que as mães dos RN internados apresentam altos níveis de estresse, o mesmo resultado foi encontrado por Chourasia,
23 ao avaliar 100 mães de RN internados em UTIN. No presente estudo as mães que tiveram os filhos expostos à internação em UTIN apresentavam mais estresse do que as mães que não tiveram seus filhos expostos. O estresse persistiu após a alta hospitalar, demonstrando que o estresse se mantém mesmo após o encerramento do tempo de exposição.
Nesse contexto, foi encontrado apenas um estudo
24 que incluiu o estresse materno após a alta hospitalar, nos Estados Unidos. O que leva a questionar de que forma as mães vêm sendo tratadas no seguimento ao RN de risco para o desenvolvimento no mundo todo, em especial no Brasil. Nesse estudo, Holditch-Davis
et al.
24 descreveram os padrões de sofrimento de mães que tiveram os recém-nascidos pré-termos (RNPT) expostos à internação em UTIN. Foram analisadas 232 mães e como resultado encontraram 52 mães com baixa angústia; 57 mães com sofrimento moderado; 20 mães com alto nível de depressão e ansiedade; 78 mães com níveis elevados de estresse; 20 mães com altos níveis de depressão e ansiedade e 25 mães com extrema angústia. A avaliação foi feita durante o período de hospitalização e as mães foram reavaliadas durante o primeiro ano de vida da criança, apontando persistência da maioria dos sintomas em diferentes níveis ao longo do período de estudo. Mas, não houve intervenção sobre a amostra estudada. A persistência de sintomas de sofrimento emocional até um ano após sua avaliação, demonstra a importância de políticas públicas voltadas à avaliação e acompanhamento específico para esta população.
O presente estudo encontrou uma frequência de 26,9% de estresse materno na primeira avaliação e 3,8% na segunda avaliação, ao se considerar apenas o subgrupo de mães que tiveram o RN exposto à internação em UTIN. Importante considerar que em todos os casos detectados e também os que haviam queixas relacionadas ao estresse, mesmo que não tivessem indicação de diagnóstico pontuados nos questionários de avaliação, receberam intervenção na forma de aconselhamento psicológico.
As sessões de aconselhamento aconteceram semanal ou quinzenalmente, de acordo com a disponibilidade da participante em comparecer. Nestas sessões, diferentemente de uma psicoterapia que abrange temas amplos, a temática tratada era circunscrita ao momento presente no que diz respeito à maternidade. O fato de a amostra ser pequena pode ter sido importante para que todas as mães recebessem intervenção e assim levantar a hipótese de que o tratamento precoce sobre os sintomas de estresse materno sejam efetivos em sua redução.
As propostas de intervenção que focam num seguimento que leve em consideração a díade mãe-RN/lactente e não apenas o RN/lactente após a alta hospitalar encontradas na literatura brasileira consultada são de orientação psicanalítica. As mesmas falam da importância do seguimento, mas tais intervenções são focadas no desenvolvimento psicológico do RN. As mães são acolhidas para a intervenção em função de riscos supostos ou encontrados para a constituição subjetiva do RN.
5,18De modo geral, as propostas de intervenção descritas na literatura não partiram do sofrimento materno para acolher as díades em atendimento.
5,18 Dessa forma, a mãe parece ser compreendida enquanto acessório à constituição psíquica do RN. As mães em sofrimento mental, mas que apresentam RN/lactentes em bom estado de saúde mental, estão perdendo a oportunidade de intervenções precoces, o que pode proporcionar agravamento dos quadros ao longo do tempo. Pesquisas nesse sentido são essenciais no que diz respeito à saúde mental da mulher.
Quanto ao risco psíquico, o presente estudo procurou compreender se quando as mães atravessam a experiência estressante de ter o RN internado em UTIN têm sua capacidade de exercer a função materna afetada. O que poderia impedir que satisfaçam as necessidades psíquicas básicas ao desenvolvimento psicológico do RN, pois é a função materna que dá suporte, através do desejo da mãe, a toda a constituição subjetiva do RN que ocorre em um processo de alienação e posterior separação. Alienação no período em que não há condições psicológicas por parte do RN de bancar seu psiquismo e a gradual separação conforme vai desenvolvendo a sua subjetividade. Nesse contexto é que ocorre a suposição do sujeito, estabelecimento da demanda, alternância presença/ausência e entrada da função paterna, como descritos anteriormente.
18Achados na literatura descrevem de formas variadas o impacto do histórico de doença mental materna na saúde e desenvolvimento de crianças. No estudo de validação da Escala da Rede
Neurobehavioral em UTIN, conduzido por Lester,
8 encontraram fatores protetores para o neurodesenvolvimento em RNPT sem diagnósticos clínicos além da prematuridade, sendo eles: cuidados voltados a estimular o neurodesenvolvimento ainda no período de internação na UTIN; envolvimento familiar; satisfação dos pais; menos depressão materna e menores índices de estresse parental.
Santos
et al.,
25 levantou sinais de sofrimento psicológico em 229 mães e o efeito disso na relação afetiva e desenvolvimento neuropsicomotor de RNPT. Os resultados indicaram que mães em sofrimento apresentaram dificuldades em estimular o desenvolvimento do lactente aos dois e seis meses de idade corrigida. Aos 12 meses continuavam com dificuldades em estimular o desenvolvimento cognitivo de forma mais amena e de forma mais significativa o desenvolvimento motor. Chama a atenção que embora tenham dificuldades na estimulação, não apresentaram dificuldades significativas de desenvolver um envolvimento positivo com os lactentes do ponto de vista afetivo.
Mughal
et al.
26 avaliaram o impacto do estresse no desenvolvimento neuropsicomotor de 108 RNPT tardios aos quatro meses de idade corrigida, verificando que o estresse materno estava associado significativamente a resultados ruins na habilidade de interação pessoal-social do lactente e também no desenvolvimento motor grosso. O presente estudo encontra concordância com os achados de Santos
et al.,
25 pois ao afirmar que o sofrimento psicológico da mãe não afetou sua capacidade de desenvolver envolvimento afetivo positivo com os lactentes, possibilita fazer um correlato com a capacidade de estabelecer laço social entre mãe com estresse e RN, o que foi verificado através do IRDI.
Laznik,
6 ao falar de risco psíquico, afirma que o mesmo não pode ser atribuído ao estado psicopatológico dos pais. Por muito tempo a literatura trabalhou com a hipótese de que o risco psíquico fosse efeito do estado emocional dos pais, mas para ela o adoecimento emocional dos mesmos refere-se a um segundo momento, onde os pais, diante da dificuldade do RN/lactente passam a apresentar um estado de sofrimento mental que pode evoluir para transtornos mentais. Ou seja, são os pais que podem adoecer diante da dificuldade do filho e não o contrário. Como consequência, os pais adoecidos desistiriam de investir no estabelecimento do laço subjetivante com o RN/lactente, cansados e desiludidos de sua investidura sem respostas. O que poderia piorar o quadro do RN/lactente sem intervenção. Nesse contexto o presente estudo encontrou dados que apontam que a saúde mental materna é impactada pelos eventos que acometem o RN de modo importante, sendo fundamental o acolhimento da díade em tratamento quando necessário.
Outro ponto que o presente estudo buscou verificar foi o impacto sobre o desenvolvimento psicológico da exposição à internação em UTIN para os RN através da avaliação do risco psíquico. O RN atravessou uma experiência potencialmente traumática segundo a literatura.
3-6 Pois as experiências corporais prazerosas são essenciais para o desenvolvimento de uma relação saudável com o corpo, onde esse corpo é representado de forma unificada. O mal-estar corporal ocasionado pelas intervenções na UTIN, tendem a trazer representações psíquicas ruins a respeito da vivência corporal, gerando um senso de mal-estar consigo mesmo.
18 Portanto, avaliar o impacto sobre a constituição subjetiva mostra-se interessante do ponto de vista de prevenção na área de saúde mental. Sendo assim, os resultados do presente estudo demonstram que na primeira avaliação 34,6% da amostra total tinham duas ausências ou mais de indicadores de desenvolvimento psicológico, o que sugere risco psíquico, sendo divididos de forma semelhante entre os RN expostos à internação em UTIN e os não expostos. O tempo de exposição à internação em UTIN, bem como os procedimentos invasivos não apresentaram significância estatística na amostra avaliada quanto a associação ao risco psíquico.
Um dos elementos que levam os RN a necessitarem de internação em UTIN é a prematuridade, desta forma o presente estudo verificou a associação entre prematuridade em si e risco psíquico, concluindo que a idade gestacional apresenta associação significativa com o risco psíquico independente da exposição ou não à internação em UTIN. Em consonância com o presente estudo, Hoogstraten
et al.
27 encontrou incidência de duas ausências ou mais no IRDI em 40% dos RNPT avaliados aos quatro meses, já no grupo de RNT (recém-nascidos a termo) a incidência foi de 27,27%, encontrando assim associação entre prematuridade e risco psíquico.
O mesmo grupo foi avaliado
27 também a partir do instrumento PREAUT e de modo geral verificaram que a partir dos dois instrumentos os RNPT apresentavam 11% mais risco psíquico do que os RNT. As autoras lançam mão da hipótese de que o elemento associado a tais achados na população de RNPT seja o fato de muitos terem sido submetidos à internação em UTIN, por longos períodos, de até 60 dias. Importante salientar que o estudo de Hoogstraten
27 excluiu lactentes que apresentassem condições de saúde que pudessem prejudicar o desempenho na avaliação por questões neurológicas como síndromes genéticas, lesões neurológicas ou
déficits sensoriais.
No entanto, o presente estudo avaliou associação entre risco psíquico e a exposição à internação em UTIN, bem como risco psíquico e o tempo de exposição à internação em UTIN e não houve significância estatística que acusasse tal associação; quanto ao risco psíquico, aos quatro meses, encontrou 100% de IRDI presentes. Este elemento pode estar relacionado a amostra insuficiente e ter se dado ao acaso, no entanto, lança-se a hipótese de que dois fatores possam estar associados ao achado sendo eles: as características da UTIN da qual 92,3% dos RN eram provenientes da Maternidade Dona Catarina Kuss (MDCK) e o fato de todos estarem inseridos no Serviço de Seguimento ao RN de risco para o desenvolvimento.
No que diz respeito à MDCK, sua política de qualidade garante aos seus usuários, assistência de qualidade, segura e humanizada com práticas favorecedoras do desenvolvimento integral levando em consideração os aspectos biopsicossociais envolvidos para a população de RN internados na UTIN. A instituição reconhece e promove a presença do acompanhante para a mãe, salientando a importância do mesmo para oferecer suporte físico e emocional durante a hospitalização da mãe. A maternidade fomenta a amamentação sempre que possível o que favorece o vínculo mãe/RN, oportunizando os benefícios desse laço o mais precocemente possível.
28 O’Brien
et al.
29 salienta que a inserção diária dos pais no cuidado ao RNPT, esteja ele em UTIN ou não, mostra-se eficaz na melhora de saúde global dos RN e na saúde mental dos pais.
Quanto ao Serviço de Seguimento ao RN de risco para o desenvolvimento, os mesmos saem da maternidade com dia e horário pré-agendados na Atenção Básica para acolhimento e avaliação por equipe interdisciplinar formada por psicóloga, nutricionista e fonoaudióloga. Esse primeiro contato acontece em até 15 dias após a alta hospitalar. Quando necessário, a intervenção em saúde mental se inicia nessa primeira consulta e segue de acordo com as necessidades da mãe e/ou do RN, podendo ser semanal ou quinzenal exclusivamente com psicóloga. Foi nesse primeiro contato que a primeira etapa de coleta de dados do presente estudo aconteceu. Independente da necessidade de intervenção ou não, todos os pacientes passam por retorno 30 dias após a primeira consulta, onde são novamente acolhidos e orientados.
O calendário de seguimento repete consulta novamente aos quatro meses em média, momento em ocorreu a segunda coleta de dados desse estudo. Sendo assim, lança-se a hipótese que todo o processo de humanização da MDCK, aliado ao seguimento oferecido pela Secretaria Municipal de Saúde através do NASF, estiveram associados aos bons resultados encontrados quanto ao risco psíquico e também estresse materno. Estudos com populações maiores se mostram importantes para avaliar o real impacto da intervenção, não precoce, mas a tempo, sobre o risco psíquico. Validando a hipótese de que o procedimento adotado tanto na maternidade quanto no seguimento oferecido pelo NASF, o estudo realizado no Reino Unido sobre o tema da humanização no momento da alta hospitalar de RN que passaram pela UTIN, apontou aumento da positividade, esperança e sensação dos pais de estarem no controle da situação.
30Com isso, o presente estudo concluiu que a internação do RN em UTIN está associada ao estabelecimento do estresse materno, mas não está associada a risco psíquico. O achado quanto a saúde mental dos RN pode se justificar pelo fato de que o laço primordial subjetivante tenha sido preservado mesmo durante a internação ou tenha se restabelecido após o término desse período de maneira satisfatória.
Verificou-se na amostra total que as mães em sofrimento emocional, foram capazes de executar a função materna de modo a proporcionar desenvolvimento psíquico no RN, portanto, não houve associação entre estresse materno e risco psíquico. Dessa forma, pode-se inferir que o suporte psicológico oferecido às díades contribuiu para que as mães sustentassem a função materna.
Considerando o exposto, pode-se afirmar que seja preciso um olhar especial às populações mais sensíveis ao desenvolvimento de Transtornos Mentais, tendo a intervenção a tempo como um aliado na prevenção ao surgimento ou agravamento dos mesmos.
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Recebido em 18 de Setembro de 2020
Versão final apresentada em 20 de Junho de 2022
Aprovado em 27 de Julho de 2022
Contribuição dos autores: Paula LS: conceituação, curadoria dos dados, análise formal, investigação, método, administração do projeto, recursos,
software, validação, conceituação, visualização até a escrita do artigo. Celli A: conceituação, curadoria dos dados, análise formal, investigação, método, administração do projeto, recursos,
software, validação, conceituação, visualização até a escrita do artigo. Mariotto RMM: conceituação, análise formal, investigação, método, administração do projeto, validação, e revisão da escrita. Lagos-Guimarães HNC e Marciniak A: colaboração na revisão da escrita.
Os autores aprovaram a versão final do artigo e declaram não haver conflito de interesse.