OBJETIVOS: avaliar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados por gestantes e o peso de recém-nascidos.
MÉTODOS: estudo prospectivo com gestantes (n=214) selecionadas em Unidades Básicas de Saúde em Pinhais, Paraná. Dados socioeconômicos, demográficos e de saúde foram coletados. Dados de consumo alimentar foram coletados por recordatório de 24-horas físico e entrados no software GloboDiet. O consumo diário relativo de energia proveniente de alimentos ultraprocessados foi estimado e a análise de regressão logística foi utilizada, considerando covariáveis como renda familiar e escolaridade.
RESULTADOS: o consumo de alimentos ultraprocessados pelas gestantes representou 26,9% da energia total. Cerca de 5,7% de recém-nascidos foram classificados como pequenos para idade gestacional (PIG) e 10,7% como grandes para idade gestacional (GIG). Foi observada uma associação estatisticamente significativa limítrofe entre o peso dos recém-nascidos GIG e o consumo materno de alimentos ultraprocessados (OR= 1,027; p=0,048). Além disso, a renda familiar esteve associada com o consumo de alimentos ultraprocessados (OR=0,144; p=0,008). A cada 1% adicional de consumo de alimentos ultraprocessados, a probabilidade de as mães terem recém-nascidos GIG aumentou cerca de 2,7%.
CONCLUSÃO: o estudo revela uma tendência de associação positiva entre o peso de recém-nascidos GIG e o consumo de alimentos ultraprocessados por mulheres grávidas, mas não para crianças PIG.
Palavras-chave: Consumo de alimentos, Alimento processado, Peso ao nascer, Gestantes, Centros de saúde